Para saber qual o seu peso ideal é usado uma medida internacional – o IMC – índice de massa corporal. Esta medida é usada em praticamente todo o mundo como forma de identificar, rapidamente situações de défice, excesso de peso ou obesidade. É o resultado de uma fórmula que relaciona o peso e a altura de uma pessoa.
O IMC é determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado da sua altura, sendo que a massa está em Kg e a altura em metros:
IMC = Peso (Kg) / Altura (m)2
Estes valores devem ser comparados com as tabelas de referência da Organização Mundial da Saúde (OMS), que dividem os diferentes valores de IMC por escalão, associando-os a uma classificação (baixo peso, peso normal, excesso de peso e obesidade). Só desta forma se conseguirá identificar se está com um peso adequado à sua altura.
Apresentamos de seguida um exemplo prático do cálculo do IMC: O Sr. António pesa 90Kg e mede 1,60m. Qual é o seu IMC?
IMC = 90 Kg / (1,60m)2 = 35,156 Kg/m2
O IMC do Sr. António é de 35,156Kg/m2 o que, de acordo com a tabela que se segue corresponde a uma situação de obesidade severa.
Segundo os valores de referência da OMS, considera-se que existe excesso de peso a partir de um IMC de 25. Se o valor obtido for igual ou superior a 30, a pessoa tem obesidade. Na tabela seguinte mostramos os valores de referência para adultos, com idade superior a 20 anos e inferior a 65 anos.
Estado Nutricional | IMC |
Baixo Peso | < 18,5 |
Peso Normal | 18,5 – 24,9 |
Excesso de Peso | 25 – 29,9 |
Obesidade | ≥ 30 |
Obesidade Classe I (Moderada) | 30 – 34,9 |
Obesidade Classe II (Severa) | 35 – 39,9 |
Obesidade Classe III (Mórbida) | > 40 |
Contudo, para a Direção Geral de Saúde (DGS), ao fazer a avaliação antropométrica num adulto, são analisadas diversas partes do corpo humano, nomeadamente, a estatura, o perímetro da cintura e peso, ou seja, na avaliação de IMC da DGS há mais um fator que entra na equação, o perímetro abdominal.
Isto porque, sendo este índice uma relação entre peso e altura acaba por não diferenciar o tipo de massa (gorda ou magra), podendo dar falsos obesos, por exemplo, em pessoas musculadas. Além disso o IMC também não conta o género ou a idade específica do adulto avaliado. O mesmo IMC para um homem e para uma mulher pode “esconder” diferenças a nível da gordura corporal (normalmente as mulheres têm uma maior gordura corporal do que os homens, para o mesmo IMC). Este indicador também não consegue precisar onde é que a gordura está acumulada no corpo. Tendo em conta que a gordura abdominal é a mais perigosa, o IMC acaba por não ser uma medida precisa de gordura corporal ou do nível de saúde.
Por estes motivos é importante complementar o IMC com a avaliação do perímetro abdominal.
A medição da cintura é realizada com uma fita métrica simples. Permite avaliar a existência de gordura visceral e central (na zona abdominal). Esta é uma medida muito importante e complementar ao IMC, principalmente para as pessoas com valores de IMC entre 25 e 30, pois está diretamente relacionada com a existência de gordura visceral e que indica um risco de saúde acrescido podendo aumentar a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, dislipidemia e esteatose não alcoólica. Na tabela seguinte mostramos os valores ideais do perímetro abdominal para homens e mulheres.
Mulheres | O perímetro abdominal deve ser inferior a 88cm |
Homens | O perímetro abdominal deve ser inferior a 102cm |
Os valores de IMC para os idosos e crianças e jovens apresentam uma classificação diferente tendo em conta as especificidades das faixas etárias. Contudo, é igualmente importante o cálculo deste parâmetro nestas idades para se poder despistar possíveis complicações de saúde. No caso dos idosos temos a seguinte classificação:
Estado Nutricional | IMC |
Desnutrição | < 22 |
Risco de desnutrição | 22 – 23,9 |
Peso normal | 24 – 26,9 |
Pré-obesidade em homens | 27 – 30 |
Pré-obesidade em mulheres | 27 – 32 |
Obesidade em homens | > 30 |
Obesidade em mulheres | > 32 |
No caso das crianças e jovens, o IMC é avaliado em idades compreendidas entre os 2 e os 20 anos e os valores são analisados tendo em conta a idade e o género da criança e são classificados em percentis de IMC. As medições devem ser realizadas mensalmente e são registadas nas tabelas de percentis (nos boletins de saúde infantil e juvenil) juntamente com a avaliação do perímetro cefálico.
Estado Nutricional | Percentil de IMC |
Baixo peso | < 5 |
Peso normal | 5 – 85 |
Excesso de peso | 85 – 95 |
Obesidade | > 95 |
Um IMC acima ou abaixo dos valores definidos tem igualmente consequências graves e patologias associadas.
No caso de um IMC baixo (baixo peso) o organismo não é capaz de absorver os nutrientes essenciais e aumenta o risco de:
No caso de estar acima do IMC ideal tem maior risco de desenvolver:
Todos, mesmo quem tem um IMC normal, devem adotar uma dieta equilibrada, rica em vitaminas, sais minerais e proteína e pobre em comida processada. É ainda importante beber pelo menos 1,5 litros de água por dia.
Evitar o sedentarismo é outra medida essencial para um IMC saudável. De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS) os adultos devem praticar por semana 150 minutos de exercício físico moderado a intenso ou 75 minutos de atividade física vigorosa. Também é recomendável praticarem, pelo menos duas vezes por semana, exercício físico que melhore a força e a resistência musculares.
Se tem peso baixo ou em excesso, então deve consultar um médico e um nutricionista, de modo a avaliar o seu estado de saúde e a obter ajuda e acompanhamento nutricional para que saiba quais os hábitos alimentares que deve adotar.