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Prevenção das Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST)

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Prevenção das Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST)
29 de abril de 2022 Em: Planeamento Familiar Saúde

As infeções sexualmente transmissíveis (IST) são, tal como o nome indica, infeções que são transmitidas de uma pessoa para outra através do contacto sexual. Estas infeções são provocadas por microrganismos como bactérias, vírus e parasitas que estão no sangue, sémen e outros líquidos corporais ou à superfície, na pele e mucosas da zona genital. Por isso o contacto pode ser através de sexo vaginal, oral e anal.

São infeções sexualmente transmissíveis:

  • Clamídia;
  • Gonorreia;
  • Vírus da hepatite B (HBV);
  • Vírus da hepatite C (HBC);
  • Herpes genital;
  • Vírus do papiloma humano (HPV);
  • Sífilis;
  • Tricomoníase;
  • Molusco contagioso;
  • Sarna ou escabiose;
  • Pediculose ou piolhos púbicos;
  • Vírus da Imunodeficiência humana (VIH).

Muitas dessas doenças são assintomáticas (não apresentam sintomas) durante muito tempo por isso a pessoa pode estar contaminada, não saber que tem a doença e contaminar a outra pessoa, porque mesmo sem sintomas a doença pode ser transmitida e causar danos no organismo da pessoa infetada. Também é mais fácil contrair uma IST, por exemplo o VIH, se já tiver outra doença, por exemplo a sífilis.

Qualquer pessoa pode contrair uma IST se fizer sexo vaginal, anal ou oral com alguém que esteja infetado. Algumas dessas infeções como herpes e HPV são transmitidas pelo contacto com a pele por isso a possibilidade da transmissão via oral. A transmissão é facilitada se não usar preservativo e tiver vários parceiros sexuais. As pessoas com um único parceiro sexual ao longo da vida poderão adquirir uma IST se esse parceiro tiver relações sexuais com outras pessoas e se infetar.

As infeções sexualmente transmissíveis são mais comuns entre os jovens. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em 2018 nos EUA, foram diagnosticadas 26 milhões de novas IST, sendo que cerca de metade ocorreram em pessoas com idades entre 15 e 24 anos. Segundo o centro, 1 em cada 5 pessoas tem uma IST. Como muitas IST’s são assintomáticas muitas não são detetadas e não relatadas, o que sugere que os dados recolhidos podem ser muito inferiores aos números reais.

A análise realizada incluiu oito IST comuns: clamídia, gonorreia, vírus da hepatite B (HBV), vírus herpes simplex tipo 2 (HSV-2), vírus da imunodeficiência humana (HIV), papilomavírus humano (HPV), sífilis e tricomoníase. A clamídia, tricomoníase, herpes genital e HPV foram responsáveis ​​por 98% de todas as IST prevalentes e 93% de todas as novas IST em 2018.

Muitas destas IST são assintomáticas, mas se não forem tratadas, podem provocar doenças ou complicações graves como: doença inflamatória pélvica, epididimite, orquite, infertilidade, cancro do colo do útero, pénis ou ânus. Nas grávidas, podem provocar aborto, parto prematuro ou passar para o feto e ocasionar malformações congénitas ou doença no recém-nascido.

Os jovens correm maior risco de contraírem IST por vários motivos:

  • O organismo jovem, mais imaturo, tem maior suscetibilidade para adquirir IST, principalmente as mulheres jovens;
  • Alguns jovens têm mais do que um parceiro sexual e muitos não utilizam preservativo;
  • Apesar de terem comportamentos de risco, muitos jovens não fazem os testes de IST recomendados;
  • Falta de conhecimento acerca do assunto. Muitos jovens ainda sentem constrangimento em abordar o tema com os pais ou profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) que os podem esclarecer e permitir acesso aos meios de diagnóstico e proteção das IST;
  • Dificuldade em aceder aos serviços de saúde e efetuar o pagamento das taxas moderadoras para realização das análises recomendadas.

Na maior parte das vezes as IST não se manifestam clinicamente durante meses ou anos. Nestes casos só através de análises específicas é que possível saber quem está infetado. Quando há sintomas, estes podem aparecer logo após o contacto sexual, ou levar semanas, meses ou anos a surgir. Por vezes os sintomas desaparecem mesmo sem qualquer tratamento, mas a infeção permanece no organismo.

Alguns sinais e sintomas que podem ocorrer e que pode sugerir uma IST são:

  • Corrimento anormal da vagina, pénis ou ânus;
  • Ardor ou dor ao urinar;
  • Feridas ou bolhas na área genital;
  • Comichão ou irritação na área genital;
  • Dor na parte inferior do abdómen ou durante o ato sexual.

Ao ter uma IST deve sempre informar os parceiros sexuais, usar sempre preservativo em qualquer contacto sexual e encaminhar os parceiros no caso de uma exposição de risco de forma a serem aconselhados e tratados. Caso tenha um novo parceiro sexual devem ambos fazer um rastreio de IST.

Para saber se tem uma IST é necessário fazer análises. Consultar um médico é importante pois é essencial fazer os tratamentos recomendados para conseguir curar uma IST ou para controlar as que não têm cura como a VHB, VHC e HIV, por exemplo.

Contudo, é possível fazer os rastreios de IST’s em vários locais, onde existe confidencialidade, rapidez de diagnóstico e a possibilidade de acompanhamento através de consultas especializadas.

Se tiver dúvidas ou precisar de entrar em contacto com alguma dessas unidades ficam os links em baixo:

https://abraco.pt/o-que-fazemos/teste-vih/

https://www.redederastreio.pt/informacoes

Mas mais importante do que tratar é prevenir. Para prevenir as IST deve-se usar sempre, em qualquer contacto sexual, o preservativo. Este deve ser utilizado corretamente e logo no início, antes de qualquer contacto. Deve-se ter em atenção:

  • Para o sexo oral usar os preservativos mais finos e para o sexo anal os mais fortes;
  • Em cada novo contacto sexual usar sempre um novo preservativo;
  • Colocar o preservativo com o pénis em ereção, certificando-se de que não fica ar na parte terminal e, no final, retirá-lo com cuidado, dar um nó e deitá-lo no lixo;
  • Abrir a embalagem com cuidado, não utilizando as unhas, os dentes ou objetos cortantes;
  • Caso seja necessário o uso de lubrificantes, escolher os produtos à base de água pois a vaselina e outros produtos oleosos pode danificar o latex dos preservativos retirando-lhes a eficácia;
  • Guardar os preservativos em locais seco e fresco, não expostos ao sol.
  • Tem atenção ao prazo de validade, inscrito na embalagem. 

Neste momento existe também outra ferramenta contra uma IST importante – a vacina contra o HPV. A vacina contra o HPV que já era gratuito para raparigas passou a integrar, desde 2019 o plano nacional de vacinação, tornando-se numa medida importante na prevenção desta doença.

Além do cumprimento do plano de vacinação, do uso correto e seguro do preservativo deve também existir uma mudança de mentalidades e comportamentos. Diminuir o estigma envolto da sexualidade e das IST, a diminuição dos comportamentos de risco e a aposta no diagnóstico e tratamento precoce são ferramentas fundamentais para se conseguir travar ou pelo menos diminuir o avanço desta pandemia mundial.

Bibliografia

  1. Associação para o planeamento da família. Infeções sexualmente transmissíveis. Disponível aqui.
  2. Associação Positivo. Disponível aqui.
  3. Centers for Disease Control. National Center for HIV, Viral Hepatitis, STD, and TB Prevention. Disponível aqui.
  4. Centers for Disease Control. Sexually Transmitted Infections Prevalence, Incidence, and Cost Estimates in the United States. Division of STD Prevention, National Center for HIV, Viral Hepatitis, STD, and TB Prevention, Centers for Disease Control and Prevention. 2021. Disponível aqui.
  5. Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia. Grupo para o Estudo e Investigação das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Disponível aqui.
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