As infeções sexualmente transmissíveis (IST) são, tal como o nome indica, infeções que são transmitidas de uma pessoa para outra através do contacto sexual. Estas infeções são provocadas por microrganismos como bactérias, vírus e parasitas que estão no sangue, sémen e outros líquidos corporais ou à superfície, na pele e mucosas da zona genital. Por isso o contacto pode ser através de sexo vaginal, oral e anal.
São infeções sexualmente transmissíveis:
Muitas dessas doenças são assintomáticas (não apresentam sintomas) durante muito tempo por isso a pessoa pode estar contaminada, não saber que tem a doença e contaminar a outra pessoa, porque mesmo sem sintomas a doença pode ser transmitida e causar danos no organismo da pessoa infetada. Também é mais fácil contrair uma IST, por exemplo o VIH, se já tiver outra doença, por exemplo a sífilis.
Qualquer pessoa pode contrair uma IST se fizer sexo vaginal, anal ou oral com alguém que esteja infetado. Algumas dessas infeções como herpes e HPV são transmitidas pelo contacto com a pele por isso a possibilidade da transmissão via oral. A transmissão é facilitada se não usar preservativo e tiver vários parceiros sexuais. As pessoas com um único parceiro sexual ao longo da vida poderão adquirir uma IST se esse parceiro tiver relações sexuais com outras pessoas e se infetar.
As infeções sexualmente transmissíveis são mais comuns entre os jovens. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em 2018 nos EUA, foram diagnosticadas 26 milhões de novas IST, sendo que cerca de metade ocorreram em pessoas com idades entre 15 e 24 anos. Segundo o centro, 1 em cada 5 pessoas tem uma IST. Como muitas IST’s são assintomáticas muitas não são detetadas e não relatadas, o que sugere que os dados recolhidos podem ser muito inferiores aos números reais.
A análise realizada incluiu oito IST comuns: clamídia, gonorreia, vírus da hepatite B (HBV), vírus herpes simplex tipo 2 (HSV-2), vírus da imunodeficiência humana (HIV), papilomavírus humano (HPV), sífilis e tricomoníase. A clamídia, tricomoníase, herpes genital e HPV foram responsáveis por 98% de todas as IST prevalentes e 93% de todas as novas IST em 2018.
Muitas destas IST são assintomáticas, mas se não forem tratadas, podem provocar doenças ou complicações graves como: doença inflamatória pélvica, epididimite, orquite, infertilidade, cancro do colo do útero, pénis ou ânus. Nas grávidas, podem provocar aborto, parto prematuro ou passar para o feto e ocasionar malformações congénitas ou doença no recém-nascido.
Os jovens correm maior risco de contraírem IST por vários motivos:
Na maior parte das vezes as IST não se manifestam clinicamente durante meses ou anos. Nestes casos só através de análises específicas é que possível saber quem está infetado. Quando há sintomas, estes podem aparecer logo após o contacto sexual, ou levar semanas, meses ou anos a surgir. Por vezes os sintomas desaparecem mesmo sem qualquer tratamento, mas a infeção permanece no organismo.
Alguns sinais e sintomas que podem ocorrer e que pode sugerir uma IST são:
Ao ter uma IST deve sempre informar os parceiros sexuais, usar sempre preservativo em qualquer contacto sexual e encaminhar os parceiros no caso de uma exposição de risco de forma a serem aconselhados e tratados. Caso tenha um novo parceiro sexual devem ambos fazer um rastreio de IST.
Para saber se tem uma IST é necessário fazer análises. Consultar um médico é importante pois é essencial fazer os tratamentos recomendados para conseguir curar uma IST ou para controlar as que não têm cura como a VHB, VHC e HIV, por exemplo.
Contudo, é possível fazer os rastreios de IST’s em vários locais, onde existe confidencialidade, rapidez de diagnóstico e a possibilidade de acompanhamento através de consultas especializadas.
Se tiver dúvidas ou precisar de entrar em contacto com alguma dessas unidades ficam os links em baixo:
https://abraco.pt/o-que-fazemos/teste-vih/
https://www.redederastreio.pt/informacoes
Mas mais importante do que tratar é prevenir. Para prevenir as IST deve-se usar sempre, em qualquer contacto sexual, o preservativo. Este deve ser utilizado corretamente e logo no início, antes de qualquer contacto. Deve-se ter em atenção:
Neste momento existe também outra ferramenta contra uma IST importante – a vacina contra o HPV. A vacina contra o HPV que já era gratuito para raparigas passou a integrar, desde 2019 o plano nacional de vacinação, tornando-se numa medida importante na prevenção desta doença.
Além do cumprimento do plano de vacinação, do uso correto e seguro do preservativo deve também existir uma mudança de mentalidades e comportamentos. Diminuir o estigma envolto da sexualidade e das IST, a diminuição dos comportamentos de risco e a aposta no diagnóstico e tratamento precoce são ferramentas fundamentais para se conseguir travar ou pelo menos diminuir o avanço desta pandemia mundial.