A atividade física tem vindo a assumir um papel cada vez mais importante na vida das pessoas. Sabemos que a sua prática é fundamental para a saúde e o bem-estar das populações, estando comprovado cientificamente que ajuda a prevenir e controlar doenças não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, diabetes e neoplasias, ajudando a prevenir fatores de risco como a obesidade, hipertensão arterial e a dislipidemia. A atividade física contribui ainda para a nossa saúde mental e para manter um peso corporal saudável.
No entanto sabemos que o estilo de vida da população traduz-se cada vez mais em comportamentos menos ativos e mais sedentários o que leva a um aumento dos custos de saúde e na produtividade relacionados com o aparecimento ou agravamento de patologias, o que leva à procura dos serviços de saúde, e consequente absentismo ou produtividade limitada.
No caso específico de Portugal, com dados relativos a 2017 a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que, em cerca de 10 milhões de habitantes, onde 50% seja insuficientemente ativa, existiu um custo anual derivado da inatividade física de 900 milhões de euros, o equivalente a 9% do orçamento do Ministério da Saúde para esse ano. Revelou também que cerca de 14% das mortes anuais estariam associadas à inatividade física, um valor superior à média mundial.
Várias pesquisas demonstraram que a realização de atividades físicas regulares de intensidade moderada a vigorosa fornece muitos benefícios para a saúde. Alguns benefícios podem ser alcançados imediatamente, como a redução da sensação de ansiedade, redução da pressão arterial, melhoria da sensibilidade à insulina e melhoria na função cognitiva e qualidade do sono.
Após algumas semanas ou meses do início da prática da atividade física existe um aumento da capacidade cardiorrespiratória e da força muscular, diminuição dos sintomas depressivos e redução sustentada da pressão arterial. A prática de exercícios físicos também pode retardar ou atrasar a progressão de doenças crónicas, como hipertensão e diabetes tipo 2. Todos estes benefícios persistem com a continuidade da prática da atividade física.
Os benefícios da atividade física são notórios em todas as pessoas, de diferentes faixas etárias, género e etnias e em pessoas com doenças crónicas ou deficiências. Os benefícios são geralmente independentes do peso corporal e da estatura da pessoa. Todos têm benefícios para a saúde ao serem fisicamente ativos. O benefício da atividade física também supera o risco de lesões e ataques cardíacos, duas preocupações que podem impedir as pessoas de se tornarem fisicamente ativos.
A evidência mostra que a atividade física contribui para a longevidade reduzindo as taxas de doença coronária, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, diabetes tipo II, depressão e quedas. Apresenta ainda efeitos benéficos na aptidão cardiorrespiratória e muscular, assim como na composição corporal, peso, autonomia física e saúde óssea.
A atividade física mostra também um papel de extrema importância em idades mais avançadas, prevenindo doenças neurodegenerativas, nomeadamente a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, entre outras.
A OMS define atividade física como “qualquer movimento corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos que aumenta o gasto de energia acima de um nível basal”. No nosso quotidiano, ao realizar as tarefas diárias, e ao movermo-nos de um lado para o outro já estamos a gastar energia, contudo, para conseguirmos obter os benefícios da atividade física temos que fazer algo mais e aí entra a prática de exercício físico. Este é uma “atividade planeada, estruturada, repetitiva e executada com o objetivo de melhorar a saúde ou a forma física. Embora todo o exercício físico seja atividade, nem toda a atividade física é exercício”.
A OMS recomenda 150 minutos de exercício físico de intensidade moderada ou 75 minutos de intensidade vigorosa por semana, ou uma combinação de ambos. Existem muitos tipos de atividade física, incluindo natação, corrida, caminhada, dança, andar de bicicleta, saltar à corda, para citar alguns. Recomenda ainda a realização de treinos de força pelo menos 2 dias por semana, exercitando todos os grupos musculares.
Essas recomendações ainda podem ser alcançadas mesmo em casa, sem equipamentos especiais e com espaço limitado.