Após descobrir a gravidez existem uma série de consultas e exames que são marcados de forma a garantir uma vigilância adequada da gestação. De salientar que as consultas e os exames descritos neste artigo são as preconizadas numa gravidez de baixo risco. Cada gravidez é diferente e pode requerer uma vigilância distinta dependendo do risco para acarreta para o bebé e/ou grávida.
Estas consultas e exames permitem:
Primeira consulta – o mais precocemente possível e até às 12 semanas de gravidez.
Após a primeira consulta deverá realizar consultas de vigilância pré-natal:
O esquema de consultas preconizado pela Direção Geral da Saúde é o seguinte:
Trimestres de gravidez | Consultas de vigilância no Centro de Saúde |
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Primeiro trimestre (até às 13 semanas + 6 dias) | 1ª consulta (até às 12 semanas); |
Segundo trimestre (das 14 semanas às 26 semanas + 6 dias) | 2ª consulta (14s – 16s+6d); 3ª consulta (antes das 24 semanas); |
Terceiro trimestre (das 27 semanas às 40 semanas) | 4ª consulta (entre as 27s e 30s+6d); 5ª consulta (entre as 34s e 35s+6d); 6ª consulta (entre as 36s e 38s+6d); 7ª consulta (após as 40 semanas). |
Todas as grávidas, entre as 36 e as 40 semanas, devem ter acesso a uma consulta no hospital onde se prevê que venha a ocorrer o parto.
No entanto, a grávida pode e deve ser acompanhada em simultâneo na maternidade (referenciada pelo médico de família) onde terá 3 ou 4 consultas, dependendo da data do parto e onde serão realizados os rastreios analíticos e as 3 ecografias preconizadas pelo sistema nacional de saúde.
As consultas na Maternidade:
A periodicidade das consultas pode ser alterada tendo em conta diversos fatores: os dados da avaliação clínica, os resultados dos exames realizados e as necessidades de cada mulher/casal.
No caso de a grávida entrar em contacto com os serviços de saúde tardiamente deverá realizar os exames/rastreios preconizados para a primeira consulta de gravidez, exceto os que já não sejam possíveis realizar dependendo da idade gestacional.
De seguida apresentamos de forma resumida, em formato de tabelas, os exames de rotina realizados durante uma gravidez de baixo risco:
PRIMEIRO TRIMESTRE (até às 13 semanas + 6 dias) |
< 13 semanas: |
1. Citologia cervical (ou “papanicolau”); 2. Tipo de sangue (Tipagem ABO e fator Rh); 3. Pesquisa de aglutininas irregulares (teste de Coombs indireto); 4. Hemograma completo; 5. Glicemia em jejum; 6. VDRL (rastreio sífilis); 7. Serologia Rubéola – IgG e IgM; 8. Serologia Toxoplasmose – IgG e IgM; 9. Anticorpos VIH (Vírus da imunodeficiência humana) 1 e 2; 10. AgHBs (antigénio hepatite B); 11. Urocultura. |
Ecografia do Primeiro Trimestre (11 – 13 semanas + 6 dias) |
Rastreio Bioquímico do 1º trimestre (11 – 13 semanas + 6 dias) |
SEGUNDO TRIMESTRE (das 14 às 26 semanas + 6 dias) |
18-20 semanas: |
12. Serologia Rubéola (IgG e IgM, nas mulheres não imunes) |
24 a 28 semanas: |
13. Hemograma completo; 14. PTGO (Prova de tolerância à glicose)c/ 75g (colheita às 0h, 1h e 2horas); 15. Serologia Toxoplasmose – IgG e IgM (não imunes); 16. Urocultura; 17. Pesquisa de aglutininas irregulares (Coombs indireto) nas mulheres Rh negativo. (1) |
(1) Nas 4 semanas antes da administração da imunoglobulina anti‐D |
Ecografia do 2º trimestre – Morfológica (20 – 22 semanas + 6 dias) |
TERCEIRO TRIMESTRE (das 27 às 40 semanas) |
32-34 semanas: |
18. Hemograma completo; 19. VDRL (rastreio sífilis); 20. Serologia Toxoplasmose – IgG e IgM (nas mulheres não imunes); 21. Anticorpos VIH (Vírus da imunodeficiência humana) 1 e 2; 22. AgHBs (antigénio hepatite B) – nas mulheres não vacinadas e não imunes no 1º trimestre; 23. Urocultura |
35‐37 Semanas: |
24. Colheita (1/3 externo da vagina e ano‐retal) para pesquisa de streptococcus β hemolítico do grupo B |
ECOGRAFIA do 3º Trimestre (30 – 32 semanas + 6 dias) |
A vigilância durante a gravidez é essencial para garantir uma gestação saudável, assim como uma boa saúde da mãe e do bebé permitindo detetar e prevenir problemas futuros. Por isso deve garantir a presença nas consultas de vigilância e realizar todos os exames preconizados pelo sistema nacional de saúde. Leve sempre o boletim de saúde da grávida para que os profissionais registem todos os dados e aproveite estes momentos para tirar todas as dúvidas.