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Consultas e exames no terceiro trimestre de gravidez

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Consultas e exames no terceiro trimestre de gravidez
19 de junho de 2022 Em: Saúde Saúde Materna

O segundo trimestre de gravidez corresponde aos 7º, 8º e 9º meses e às semanas 27 à 40 da gestação. Durante estes 3 meses estão preconizadas no mínimo 4 consultas de vigilância no centro de saúde e pelo menos 2 idas à maternidade (referenciada através do médico de família). O número de consultas vai depender de quando o bebé decidir nascer. Estas consultas são realizadas pelo médico e enfermeiro de família e incluem diversas intervenções que são essenciais para uma vigilância segura da gravidez.

Quarta consulta no Centro de Saúde (27-30 semanas e 6 dias)

Intervenções

  • Avaliação dos exames pedidos;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal:
    • Peso;
    • Pressão arterial;
    • Análise sumária à urina;
    • Medição da altura do fundo do útero;
    • Monitorização da frequência cardíaca fetal;
    • Registo dos movimentos fetais;
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Profilaxia da isoimunização nas grávidas Rh negativas (Vacina Ig anti-D às 28 semanas);
  • Promoção do aleitamento materno;
  • Avaliação da capacidade de antecipar e de integrar uma nova pessoa na família;
  • Ensinos sobre estilos de vida saudáveis;
  • Ensinos sobre sinais de alerta e de parto pré-termo;
  • Importância da comunicação intrauterina (falar com o feto, acariciar o abdómen, estimular pensamentos sobre o bebé, etc);
  • Preenchimento de todos os dados no Boletim de Saúde da Grávida;
  • Pedido de análises para realizar entre as 32 e as 34 semanas.

Análises

Análises pedidas e a realizar entre as 32 e as 34 semanas:

  • Hemograma: com o mesmo objetivo do 1º trimestre
  • Serologia de infeções: Toxoplasmose no caso das análises anteriores demonstrarem que não teve esta infeção. Sífilis, vírus de imunodeficiência humana (VIH) e hepatite B, infeções que implicam cuidados adicionais na altura do parto e ao recém-nascido.
  • Urocultura: com o mesmo objetivo do 1º trimestre.

Se tudo estiver bem, será a última vez que fará análises na gravidez.

Terceira consulta na Maternidade (entre as 30 e as 32 semanas)

Ecografia do terceiro trimestre

Realiza-se entre as 32 e as 34 semanas de gravidez e tem como um dos principais objetivos a avaliação do crescimento do bebé, fazendo uma estimativa de peso. Esta estimativa é baseada em medições da cabeça, abdómen e osso da coxa, e em situações normais tem uma margem de erro de 10-15%. Serve para calcular o percentil de crescimento em que o bebé se encontra, à semelhança do que se realiza após o nascimento. Nesta ecografia avaliam-se ainda: a posição do bebé (se está de cabeça para baixo, sentado ou atravessado), a localização da placenta, a quantidade de líquido amniótico existente e os fluxos sanguíneos do cordão umbilical e de alguns órgãos do bebé.

Quinta consulta no Centro de Saúde (34-35 semanas e 6 dias)

Intervenções

  • Avaliação dos exames;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal:
    • Peso;
    • Pressão arterial;
    • Análise sumária à urina;
    • Medição da altura do fundo do útero e perímetro abdominal;
    • Monitorização da frequência cardíaca fetal;
    • Registo dos movimentos fetais;
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Vacinação contra o tétano, difteria e tosse convulsa – 2ª dose, se aplicável;
  • Avaliação da capacidade de antecipar e de integrar uma nova pessoa na família;
  • Realização de ensinos sobre:
    • Estilos de vida saudável;
    • Sinais de alerta e de parto pré-termo;
    • Contagem dos movimentos fetais (pela mãe);
    • Fisiologia e desconfortos da gravidez no terceiro trimestre;
    • “Mala” para a maternidade;
    • Importância da sintonia entre as emoções da mãe e as reações do feto;
    • Preparação do quarto e do enxoval do bebé.
  • Preenchimento de todos os dados no Boletim de Saúde da Grávida;
  • Pedido de pesquisa do Streptococus β-Hemolítico do grupo B – A realizar entre as 35 e as 37 semanas.

Análises

Pesquisa do Streptococus β-Hemolítico do grupo B – A realizar entre as 35 e as 37 semanas através de colheita do 1/3 externo da vagina e ano-retal. Esta análise é realizada através de uma colheita de secreções vaginais e perianais, para saber se são ou não portadoras de uma bactéria chamada Streptococcus do grupo B. A colheita é indolor e assemelha-se a um exame ginecológico de rotina. O Streptococcus do grupo B está presente em 10-30% das grávidas sem lhes causar sintomas ou problemas de saúde, mas pode infetar o bebé na altura do parto, causando uma doença grave nos primeiros dias de vida. Se for portadora desta bactéria, ser-lhe-á recomendado fazer um antibiótico durante o trabalho de parto, o qual reduz substancialmente a infeção do recém-nascido.

Sexta consulta no Centro de Saúde (36-38 semanas e 6 dias)

  • Avaliação dos exames;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal:
    • Peso;
    • Pressão arterial;
    • Análise sumária à urina;
    • Medição da altura do fundo do útero e perímetro abdominal;
    • Monitorização da frequência cardíaca fetal;
    • Registo dos movimentos fetais;
    • Avaliação da apresentação fetal;
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Realização de ensinos sobre:
    • Estilos de vida saudável;
    • Sinais de alerta de início de trabalho de parto e/ou risco;
    • Fisiologia do trabalho de parto, sinais de parto, plano de parto e estratégias de alívio da dor no trabalho de parto;
    • Promoção do aleitamento materno;
    • Cuidados ao recém-nascido / vigilância de saúde infantil / alta segura;
    • Recursos na comunidade (rede de cantinhos de amamentação, linhas telefónicas e sites de apoio, recuperação no pós-parto);
    • Alterações fisiológicas no puerpério, revisão de parto e contraceção;
  • Preenchimento de todos os dados no Boletim de Saúde da Grávida.

Após as 40 semanas

Intervenções

  • Avaliação do bem-estar materno-fetal:
    • Peso;
    • Pressão arterial;
    • Análise sumária à urina;
    • Medição da altura do fundo do útero e perímetro abdominal;
    • Monitorização da frequência cardíaca fetal;
    • Registo dos movimentos fetais;
    • Avaliação da apresentação fetal;
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Avaliação do índice de Bishop (também conhecido como escala de maturação cervical é um sistema de pontuação usado para prever se a indução do trabalho de parto será necessária);
  • Cardiotocografia (exame não invasivo de avaliação do bem estar fetal), se aplicável;
  • Realização de ensinos sobre:
    • Sinais de alerta de início de trabalho de parto e/ou risco;
    • Fisiologia do trabalho de parto, sinais de parto, plano de parto e estratégias de alívio da dor no trabalho de parto;
  • Avaliação da indicação para indução do trabalho de parto;
  • Preenchimento de todos os dados no Boletim de Saúde da Grávida.

A partir das 38 semanas a grávida tem uma nova consulta na maternidade e depois é vista semanalmente até ao parto.

Bibliografia

  1. Direção Geral da Saúde. Exames laboratoriais na gravidez de baixo risco – Norma nº 37/2011. DGS. Lisboa, 2013. Disponível aqui.
  2. Direção Geral de Saúde. Programa nacional para a vigilância da gravidez de baixo risco. DGS. Lisboa, 2015. Disponível aqui.
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